NILO GUERREIRO

terça-feira, 18 de junho de 2013

Nova onda de protestos toma conta das ruas do Brasil e do mundo nos próximos dias

Depois de tantos anos de LUTA finalmente vimos o Brasil acordar.



A onda de protestos que toma conta das ruas de várias cidades do Brasil e do mundo vai continuar nos próximos dias. Pelas redes sociais, ao menos 400 municípios confirmaram participação, alguns com objetivo de contestar problemas específicos e outros por solidariedade ao movimento.


Em São Paulo, o sexto protesto está marcado para as 17h desta terça-feira (18), na praça da Sé, região central da cidade. Até as 8h, mais de 106 mil pessoas já tinham confirmado presença pelo Facebook. No Rio de Janeiro, uma nova manifestação está marcada para as 16h, na praça Zé Garoto, em São Gonçalo, na região metropolitana. Outros dois protestos já estão marcados para quarta-feira (19) e quinta-feira (20), em Niterói e na capital do Estado.
Na capital mineira, um grupo irá se reunir nesta terça-feira para organizar a passeata marcada para a próxima quinta-feira, no centro de Belo Horizonte. O horário ainda não foi confirmado. Até as 8h30, mais de 25 mil pessoas confirmaram presença no ato.
Porto Alegre (RS) já tem mais duas manifestações marcadas. Uma delas está prevista para a próxima segunda-feira (24), a partir das 19h, na frente da prefeitura. Quase 16 mil pessoas disseram que vão participar até as 9h desta terça-feira. Outro protesto deve acontecer no dia 7 de julho, no Anfiteatro Pôr do Sol, às 15h.
Em Curitiba (PR), quase 44 mil pessoas confirmaram presença na manifestação que vai acontecer na próxima sexta-feira (21), na praça Rui Barbosa, a partir das 18h. 
Fora do País, tem cerca de 60 protestos marcados. Nesta terça-feira, estão marcados atos em Barcelona, na Espanha, e em Buenos Aires, na Argentina, com quase 3.000 confirmações. Também está previsto um ato em Munique, na Alemanha. Nova York, nos Estados Unidos, vai protestar no sábado, e Tóquio, no Japão, marcou uma manifestação para o próximo domingo.
"Mal-estar coletivo"
Com alto número de participantes — apenas em São Paulo e no Rio de Janeiro a manifestação desta segunda-feira (17) reuniu mais de 200 mil pessoas —, algumas cidades tiveram registro de confusões e confrontos entre os manifestantes e a PM. Os atos também aconteceram em capitais como Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, Maceió, Vitória e Salvador, reunindo milhares de pessoas. Com o crescente descontentamento da população, o protesto, que começou por conta do aumento da tarifa do transporte público, tomou dimensões maiores e incontáveis grupos passaram a protestar contra a ação truculenta da PM, dinheiro gasto com a Copa das Confederações e a corrupção no País.

A sequência de manifestações — convocadas principalmente pelas redes sociais — foi agravada após a confusão no último protesto em São Paulo, na quinta-feira (13), que terminou com manifestantes e jornalistas feridosalém de mais de 240 detidos. O grande número de ações populares levou a presidente Dilma Rousseff a se pronunciar sobre o assunto. Segundo a ministra da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas, a presidente considera que as manifestações pacíficas são próprias da democracia e é próprio dos jovens se manifestarem. A presidente esteve com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que admitiu estar preocupado com a onda de manifestações, mas garantiu que o governo busca o diálogo.
A quinta manifestação contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, realizada nesta segunda-feira (17), foi praticamente toda ela pacífica, em uma comunhão de gritos e anseios de mais de 100 mil pessoas em diversos pontos da capital paulista. Contudo, a perfeição não foi alcançada em uma das frentes, a qual expôs o 'lado negro' do movimento. Manifestantes tentaram invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo. A polícia reagiu com bombas de gás lacrimogêneo. Pichações foram registradas e ônibus foram depredados.
No Rio de Janeiro, participantes do protesto entraram em confronto com a Polícia Militar por volta das 19h50. A multidão tentou invadir a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), e a PM reagiu lançando bombas de efeito moral. O Batalhão de Choque foi acionado e marchou na região. Milhares de manifestantes foram às ruas da capital fluminense protestar. As reivindicações foram além da revisão do aumento da passagem de ônibus, para R$ 2,95. Os manifestantes pediram educação e saúde de qualidade, além de protestar contra a corrupção e os gastos com Copa e Olimpíada.

No Distrito Federal, manifestantes subiram no prédio do Congresso. Segundo a assessoria da Câmara, os manifestantes quebraram a porta de vidro da sala da vice-presidência da Casa. Ninguém ficou ferido, mas houve ameaças de invasão. Os manifestantes cantaram o Hino Nacional. Por volta das 19h, eram 6.000 manifestantes que pediam investimentos no transporte público, na área de saúde e educação. Eles também são contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) número 37, que retira o poder de investigação criminal dos Ministérios Públicos Estaduais e Federal, modificando a Constituição Brasileira.
Em Belo Horizonte (MG), manifestantes entraram em confrontos com a PM. Durante um deles, um rapaz que participava do movimento caiu de uma altura de aproximadamente sete metros do viaduto José Alencar, na região da Pampulha. Pelo menos outras duas pessoas ficaram feridas durante os confrontos. Cerca de 30 mil pessoas participaram da manifestação, segundo estimativa da PM, e de 50 mil, de acordo com os organizadores da passeata.
Em Maceió (AL), cerca de 2.000 manifestantes participaram de uma passeata em protesto contra o reajuste do preço da passagem de coletivos na capital. O tom pacífico do ato foi quebrado por um motorista que furou um bloqueio e atirou em um manifestante na avenida Fernandes Lima.

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