O coordenador do Núcleo de Fazenda Pública da Defensoria Pública, Fabrício El-Jaick, vai pedir informações ao governo estadual sobre o problema das macas do Samu presas nas emergências dos hospitais e o atendimento dentro de ambulâncias. Segundo ele, pessoas que se sintam prejudicadas pela situação e tiverem condições de retratar o atendimento precário podem procurar a Defensoria para requerer ajuda e indenização. O número de processos com pedidos de internação na cidade do Rio ajuizados pelo núcleo de janeiro a maio deste ano aumentou 86% em relação ao mesmo período do ano passado.
No domingo, no pátio do Hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, um paciente permaneceu "internado" por mais de três horas dentro de uma ambulância do Samu até conseguir um leito na emergência. O homem, que estava sem documentos, foi socorrido por uma viatura cuja maca estava presa desde sexta-feira no Hospital Getúlio Vargas. Ele foi encontrado desacordado na Rua Catão, na Pavuna, no domingo, por volta das 9h, e levado na prancha sobre o banco da ambulância.
- Todo dia fazemos pedidos de internação, de transferência para leitos mais avançados. A falta de leitos na rede pública é um problema complexo de gestão da saúde. E, em alguns casos, mesmo com uma liminar, não se consegue cumprir o que é determinado. Entre a canetada do juiz e a materialização do leito ou do que é solicitado, há uma grande diferença. E o número de liminares tem aumentado, até porque a população está tendo mais conhecimento de como ir atrás dos seus direitos - diz o defensor.
Segundo dados da Defensoria Pública, de janeiro a maio deste ano, foram ajuizadas 56 ações pedindo internação. No mesmo período do ano passado, foram 30.
A assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros afirmou que não tem registro de relato de socorro feito sem a maca por parte das equipes de atendimento e que vai apurar as circunstâncias do socorro realizado ao homem que aguardou durante mais três horas na ambulância até conseguir um leito no Carlos Chagas, no domingo. A nota diz ainda que a corporação não tem estatísticas sobre a frequência com que as macas ficam retidas nas emergências.
A direção do Hospital Estadual Carlos Chagas informou que o paciente deu entrada na unidade na manhã de domingo. Lá, realizou exames e foi medicado porque estava desidratado. Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria estadual de Saúde afirmou que a emergência da unidade estava com todos os leitos ocupados no momento em que o homem chegou na ambulância, “motivo pelo qual o paciente foi mantido dentro do veículo, acompanhado e assistido pela equipe de plantão da emergência do hospital”. Assim que um leito foi vago, o paciente foi internado, afirmou a nota. Mas, segundo a secretaria, “o tempo entre a chegada do paciente e sua instalação em leito não foi superior a uma hora e meia”.
Já a direção do Hospital Estadual Getúlio Vargas informou que a unidade possui reserva de macas e que, portanto, precisa da identificação da ambulância do Samu para poder apurar os procedimentos.
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NILO GUERREIRO