Os três bombeiros estiveram na 21ª DP (Bonsucesso) à tarde, acompanhados de agente da Corregedoria | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
O delegado da 22ª DP (Bonsucesso), Sérgio Luiz Freire, que ouviu os militares à tarde, quando foram levados para depor pela Corregedoria do Corpo de Bombeiros, disse que há muitos pontos a esclarecer no caso. “Há discrepâncias nas versões. Eles garantem que não foram agredidos, mas testemunhas dizem o contrário. Saíram da favela e foram para casa, sem comunicar à delegacia, nem aos seus superiores. Pedi exame de corpo de delito e vamos esclarecer as dúvidas”, afirmou o delegado. Os bombeiros poderão ser chamados para novos depoimentos.
Outra testemunha, de 37 anos, conta que a ‘Faixa de Gaza’ é muito perigosa. “Passo todo dia por lá, mas agora vou mudar de rota. Graças a Deus foram libertados. Foi Deus que me mandou para ajudá-los”.
Os militares foram pegos após um olheiro do tráfico, que fica na passarela da avenida, avistar o veículo e desconfiar. Pelo radiotransmissor, ele avisou ao bando dentro da favela. “Isso é uma prática comum dos criminosos: comunicação por radiotransmissor. Vasculhamos toda a comunidade”, explicou o comandante do 22º BPM, coronel Rogério Martins.
Ajuda de custo
Segundo agentes da Corregedoria do Corpo de Bombeiros, é comum os militares que fazem trabalhos de prevenção à dengue utilizarem carros particulares. Para isso eles receberiam uma quantia de ajuda de custo para o combustível.
A equipe que foi abordada atua em trechos de Manguinhos e Jacaré. Os mesmos agentes informaram que, no Jacarezinho, o trabalho é realizado por dois bombeiros que moram na favela, já que outros militares correriam ‘risco ao entrar lá’.
"NÃO PODE SER COMUM MILITARES TRABALHAREM COM VEÍCULOS PARTICULARES, PRINCIPALMENTE QUANDO SEGUNDO MATÉRIA DA IMPRENSA AGENTES DA CORREGEDORIA DO CBMERJ ALEGAM QUE O ESTADO CUSTEIA O COMBUSTÍVEL PARA TAL MISSÃO. É PRECISO QUE AS AUTORIDADES TOMEM PROVIDENCIAIS AO QUE O CASO REQUER."
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NILO GUERREIRO