Comandante afirma que reivindicação inicial ganhou conotação política.
Outros bombeiros também respondem a processos disciplinares no Rio.
Os 13 bombeiros expulsos da corporação têm prazo de até cinco dias para apresentar defesa e recorrer da decisão, segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões. Segundo Simões, os fatores que levaram à expulsão do grupo foi o incitamento à greve, a paralisação das atividades e a conotação política que a reivindicação inicial ganhou.
“Não se pode admitir que um bombeiro vá à Bahia incitar greve. O pano de fundo legítimo de uma reivindicação salarial se mostrou diferente. No meio do caminho isso ganhou conotação política, relacionada com as eleições que acontecem esse ano, e muda o rumo. Isso fere a honra de todos nós, bombeiros militares”, explicou o coronel, ressaltando que atualmente o piso salarial dos bombeiros é superior a R$ 2 mil, que era a reivindicação inicial da categoria.
Segundo Simões, outros três bombeiros - um sargento e dois oficiais - ainda respondem a processos disciplinares, que podem ou não acarretar em novas expulsões.
Entre os bombeiros expulsos está o cabo Benevenuto Daciolo, considerado um dos líderes do movimento. Na segunda-feira (13), Cristiane Daciolo, mulher de Benevenuto, disse ao RJTV que o Segundo nota publicada na segunda-feira no Boletim Interno da corporação, eles foram considerados "culpados por articulação em manifestações de caráter político-partidário, nas quais incitaram ostensivamente a tropa à prática de ilícitos de natureza disciplinar e penal militar, além da adoção de conduta incompatível com a missão de Bombeiro-militar".
O advogado Raul Lins e Silva, que por enquanto é responsável apenas pela defesa dos sargentos Heraldo Correia Vieira e André Manoel Pontes Matos, disse que na quarta-feira (14) se reunirá com os 13 militares expulsos para definir as medidas cabíveis. "Vamos entrar com recurso. Isso é uma injustiça absurda que estão fazendo com esses bombeiros", afirmou Silva, que também foi responsável pelo habes corpus que deu liberdade ao cabo Daciolo.
Reajuste
Ainda de acordo com Simões, desde março do ano passado a categoria já recebeu 100% de reajuste. Ele informou que, desde o início, as reivindicações legítimas foram levadas ao governador, mas, quando o movimento ganhou outra conotação, se tornou inadmissível. “Passei sete meses vendo qual eram a propostas plausíveis e tentei levá-las ao governador do estado. Mas quando o slogan passou a ser ‘Fora Cabral. Fora Eduardo Paes’, ficou inaceitável”, disse.
Ainda de acordo com Simões, desde março do ano passado a categoria já recebeu 100% de reajuste. Ele informou que, desde o início, as reivindicações legítimas foram levadas ao governador, mas, quando o movimento ganhou outra conotação, se tornou inadmissível. “Passei sete meses vendo qual eram a propostas plausíveis e tentei levá-las ao governador do estado. Mas quando o slogan passou a ser ‘Fora Cabral. Fora Eduardo Paes’, ficou inaceitável”, disse.
Segundo o comandante, ainda foram realizados outros encontros com os militares alertando sobre a gravidade do fato de bombeiros paralisarem as atividades. “Cada minuto que passa, seja num incêndio ou num acidente de trânsito, aumenta as chances de vida para a população”, afirmou ele.
Por causa da paralização das atividades no dia 10 de fevereiro, outros 93 bombeiros foram presos e já respondem a processo administrativo. “É um momento difícil e que não faz parte da história desta corporação. Somos homens de bem. Esse é um momento de reflexão e me dirijo aqueles 15.987 bombeiros que não aderiram à greve, que cumpriram o seu papel e que foram fieis a instituição”, afirmou o coronel.
Movimento diz que todas as medidas cabíveis serão tomadasEm nota, o Movimento dos Bombeiros informou que soube pela imprensa da expulsão dos 13 militares. O movimento disse, ainda, que "sempre foi pacífico e ordeiro, pela dignidade, e sempre foi pautado pela busca por diálogo e entendimento." A classe agradeceu o apoio da população e afirmou que todas as medidas judiciais cabíveis serão tomadas.
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NILO GUERREIRO