Após aprovação de anistia na CCJ da Câmara, categoria ainda quer solução salarial
Por: Leticia Cruz, Rede Brasil Atual
Publicado em 30/06/2011, 18:30
Os bombeiros irão se concentrar nas mobilizações em Brasília pela PEC 300 (Foto: Antonio Cruz/Abr)
São Paulo – O movimento dos bombeiros do Rio de Janeiro conseguiu avanços significativos, na opinião de Nilo Guerreiro, presidente da Associação de Cabos e Soldados do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Em entrevista à Rede Brasil Atual, ele avalia que o governador Sérgio Cabral "recuou para pensar melhor" e está tentando analisar a situação dos militares. A adoção de uma postura mais flexível era uma condição reivindicada desde o início das mobilizações da categoria.
"A negociação está caminhando. O governo assinou uma condição de diálogo e de recuar para conceder algumas coisas", afirma Guerreiro. "Estamos aguardando um final feliz para todos nós. Na conta de tudo isso, está a sociedade que paga seus impostos e tem todo o direito de ter a qualidade do serviço público à altura."
Após quase um mês de mobilização da greve, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou nesta quinta-feira (30) a anistia aos 439 bombeiros detidos pela invasão do quartel da corporação. A proposta segue para aprovação do Senado. No início do mês, a categoria conquistou o anúncio do adiantamento, de dezembro para julho, do reajuste salarial de 5,58% junto aos policiais militares, civis e agentes penitenciários. O aumento foi sancionado na quarta (29).
"É um avanço considerável, uma vez que as coisas estão sendo reconduzidas ao seu rumo normal. O governo está acatando algumas posições e entendendo que realmente urge a necessidade de rever os salários", comemora o dirigente, lembrando ainda que os benefícios devem ser estendidos aos inativos. "Eles não podem, em nenhum momento, ficar de fora."
Na quarta-feira, Sérgio Cabral admitiu à rádio CBN ter errado ao classificar os bombeiros como "vândalos" e reconheceu que agora é o momento de "desarmar o espírito".
PEC 300
Guerreiro avalia que agora é importante concentrar forças pelo avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300, que remete à lei federal que define o piso da remuneração dos policiais civis, militares e bombeiros de todos os estados. Eles reivindicam que o piso mínimo seja de R$ 3,5 mil e o maior, de R$ 7 mil. "Não adianta resolver a questão apenas de um estado, nós temos uma federação", reforça. Para ele, esse impasse cria uma imagem ruim do país que está prestes a sediar a Copa do Mundo.
O movimento dos bombeiros e guarda-vidas do Rio contra o piso de R$ 950, considerado o menor do país, começou em abril. Eles reivindicavam ao governo reajuste que contemplasse o piso mínimo de R$ 2 mil líquidos. Com o apoio de parlamentares da Assembleia Legislativa, entidades sindicais e de parte da população, a categoria conseguiu manter negociações com o novo comandante da corporação, Sérgio Simões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
NILO GUERREIRO